Sistema
Linfático
O sistema
linfático tem sua origem embrionária no mesoderma, desenvolvendo-se junto aos
vasos sanguíneos. Durante a vida intra-uterina, algumas modificações no
desenvolvimento embrionário podem surgir, constituindo assim, características
morfológicas pessoais, que variam entre os indivíduos (Garrido, 2000).
O sistema
linfático tem como função imunológica à ativação da resposta inflamatória e o
controle de infecções. Através de sua simbiose com os vasos sanguíneos, regula
o balanço do fluído tissular. Esse delicado balanço é possível pelo transporte
unidirecional de proteínas do tecido para o sistema sanguíneo. Em conjunção com
o trabalho dos vasos, o sistema linfático mantém o equilíbrio entre a filtração
e a reabsorção dos fluídos tissulares (Miller, 1994).
Capilares linfáticos:
A rede
linfática tem seu início nos capilares linfáticos, formando verdadeiros plexos
que se entrelaçam com os capilares sanguíneos. Através dos vasos pré-coletores
e coletores, a linfa prossegue até chegar ao canal linfático direito e ao ducto
torácico, que desembocam na junção das veias subclávia e jugular interna.
Os
capilares linfáticos possuem um endotélio mais delgado em relação ao sanguíneo.
Suas células endoteliais sobrepõem-se em escamas, formando microválvulas que se
tornam pérvias, permitindo sua abertura ou fechamento, conforme o afrouxamento
ou a tração dos filamentos de proteção.
A rede
capilar linfática é rica em anastomoses, sobretudo na pele, onde os capilares
linfáticos estão dispostos de forma superficial e profunda, em relação à rede
capilar sanguínea. O mesmo não ocorre nos vasos e ductos linfáticos Nos
capilares linfáticos, os espaços intercelulares são bem mais amplos, possuindo
"fendas" entre as células parietais, permitindo que as trocas líquidas
entre o interstício e o capilar linfático se façam com extrema facilidade não
só de dentro para fora, como de fora para dentro do vaso.
Vasos pré-coletores:
Os vasos
pré-coletores possuem uma estrutura bastante semelhante ao capilar linfático,
sendo o endotélio coberto internamente por tecido conjuntivo, onde, em alguns
pontos se prolongam juntamente com as células epiteliais, formando as válvulas
que direcionam o fluxo da linfa. Suas estruturas são fortalecidas por fibras
colágenas, e através de elementos elásticos e musculares, possuem também as
propriedades de alongamento e contratilidade.
Coletores linfáticos:
Os vasos
ou coletores linfáticos correm longo percurso sem se anastomosar. Em condições
patológicas, as comunicações anastomóticas existem como vias alternativas de
fluxo linfático. O vaso linfático quer superficial ou profundo, possuem
numerosas valvas bivalvulares, sendo os espaços compreendidos entre cada
válvula chamada de linfangion (Garrido, 2000). Esses vasos são de maior calibre
possuindo estrutura semelhante a das grandes veias. Na constituição do vaso
linfático estão as três camadas: íntima, média e adventícia. A túnica íntima é
a mais interna, apresentando um revestimento endotelial e um retículo delicado,
com fibras elásticas dispostas longitudinalmente. Seu lúmem possui projeções
internas formando as várias válvulas. A túnica média envolve a íntima, sendo
composta de três a seis camadas de células de musculatura lisa arranjadas em
espiral, circularmente, com algumas fibras dispostas no sentido longitudinal do
vaso. Ela é responsável pela contratilidade do vaso e conseqüente propulsão da
linfa. A túnica adventícia é a mais externa e espessa, sendo formada por fibras
colágenas longitudinais, entre as quais existem fibras elásticas e feixes de musculatura.
Possui também tecido conjuntivo, terminações nervosas e a vasa vasorum.
Os vasos linfáticos assim constituídos são chamados de coletores linfáticos pré
ou pós-nodais, conforme a sua relação com os linfonodos, sendo os pré-nodais
linfáticos aferentes e, os pós-nodais, eferentes (Camargo, 2000).
Troncos linfáticos:
Os
troncos linfáticos, ou coletores terminais são vasos de maior calibre que
recebem o fluxo linfático, e compreendem os vasos linfáticos lombares,
intestinais, mediastinais, subclávios, jugulares e descendentes intercostais. A
união dos troncos intestinais, lombares e intercostais forma o ducto torácico.
Os troncos jugulares, subclávios e broncos mediastinal direito formam o ducto
linfático direito (Garrido, 2000).
Linfonodos:
O linfonodo
consiste em um aglomerado de tecido retículo-endotelial revestido por uma
cápsula de tecido conjuntivo. Desempenha importante papel imunológico, através
da filtração da linfa proveniente dos vasos linfáticos e da produção de células
linfóides e reticulares, que realizam a defesa do organismo através da
fagocitose e da pinocitose. Variam em tamanho, forma e cor. Cada linfonodo
apresenta um hilo que corresponde ao local de emergência, não apenas do vaso
linfático, como da veia linfonodal, que acompanha a artéria e se destina ao
suprimento sanguíneo para o linfonodo. A conexão entre o sistema linfático e o
venoso é possível através da veia de drenagem do linfonodo. O número de
linfonodos varia entre as regiões e os indivíduos, e seu volume também é variável,
ocorrendo um importante aumento com a idade, em decorrência dos processos
patológicos ou agressões que a área de drenagem tenha sofrido.
Os
linfonodos recebem de três a oito vasos linfáticos aferentes, saindo apenas um
vaso linfático eferente. O número de vasos linfáticos, após a conexão com os
linfonodos, diminui sensivelmente, porém seu calibre pouco se modifica, devido
às conexões linfovenosas existentes, por onde ocorre a passagem gradual do
fluxo linfático para o venoso.
Os vasos linfáticos vão em direção à raiz dos
membros, formando o grupo de linfonodos axilares e inguinais. Nas regiões do
cotovelo e joelho, algumas vezes, existem pequenos
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